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Função Direção: coordenando os membros da organização

  • Giovane Borchardt
  • 8 de nov. de 2015
  • 4 min de leitura


Direção é a função da organização que coordena a ação dos membros organizacionais através de orientação, motivação e liderança. Por ser interpessoal está relacionada com a administração das relações entre os membros organizacionais e a organização.


Para tanto, é preciso se voltar para o comportamento organizacional, cujo o principal foco deste conhecimento multidisciplinar, porém sustentado, em grande parte, pela psicologia e sociologia, é analisar as pessoas nas organizações de forma individual e em grupo. Desta forma, os administradores têm condições para entender, explicar e prever os comportamentos das pessoas nas organizações. Em outras palavras, é uma condição necessária para entender porque as pessoas respondem a certas medidas e não a outras, o quê as motiva, porque se engajam em determinados comportamentos e evitam outros, quais os estilos de liderança mais adequados em situações específicas, entre outros.


Aspectos a serem analisados no comportamento individual


- Atitudes


São as ações que os indivíduos têm diante de objetos, pessoas ou situações. Os tipos de atitudes mais analisados para compreender as atitudes dos funcionários com relação ao trabalho e a forma como afeta seu desempenho são: satisfação no trabalho, envolvimento no trabalho e comprometimento organizacional. Espera-se que pessoas satisfeitas, envolvidas no trabalho e comprometidas com a organização sejam mais produtivas, porém isso nem sempre acontece.


- Personalidade


Conjunto de características psicológicas estáveis que caracteriza e diferencia uma pessoa das demais, refletindo em seu comportamento. Um dos modelos criados para definir a personalidade foi o Modelo dos Cinco Fatores. Este modelo tem base em cinco dimensões: extroversão, agradabilidade, senso de responsabilidade, estabilidade emocional e abertura a novas experiências. Com base neste modelo são feitos testes que buscam adequar a personalidade ao cargo.


- Inteligência emocional


Consiste na habilidade de identificar, compreender e regular as emoções próprias e dos outros. Apresenta duas dimensões, uma intrapessoal, que compreende o autoconhecimento e autocontrole das emoções, e outra interpessoal, que refere-se à ligação do indivíduo com os demais.


- Percepção


É o processo no qual as pessoas interpretam estímulos e lhes dão um significado. A forma de percepção é diferente para cada pessoa.


Percepção Seletiva: percepções com base nos próprios interesses, experiências e atitudes.

Projeção: reconhecer nas outras pessoas os seus sentimentos ou suas características.

Efeito de halo: formar uma impressão geral de alguém baseado em uma única característica.

Estereótipos: julgar os outros com base no grupo ao qual pertence.


- Aprendizagem


Consiste no processo de adquirir ou modificar competências, habilidades, conhecimentos, comportamentos ou valores resultantes de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. A compreensão da forma como os indivíduos aprendem é fundamental para entender como eles se comportam.


Aspectos a serem analisados no comportamento em grupo


- Grupos formais e informais

Um grupo formal se estrutura em torno de tarefas específicas e busca alcançar objetivos específicos da organização através da distribuição de autoridades e responsabilidades. Isso fica explícito no que se denomina “grupo de comando”, o tipo mais comum de grupo formal.


O convívio social, amizades, afetos e interesses dão origem a outro tipo de grupo, o informal. Ele surge naturalmente e promove os objetivos e interesses da organização, porém, em contrapartida, podem construir interesses contrários à organização na tentativa de preservar a identidade individual no processo de controle.


Um conceito importante presente nos grupos informais é o grupo de referência, que corresponde a um grupo com o qual uma pessoa se identifica, que o inspira, e com o qual se compara.


- Papéis e normas


Os papéis desempenhados pelos membros dos grupos se definem como padrões esperados de comportamento. Para compreendê-los é preciso conhecer o papel que cada membro desempenha na organização e dentro do grupo de trabalho. Os administradores devem esclarecer as dúvidas e ansiedades de cada membro para que ele não sofra de ambiguidades ou conflitos de papéis.


As normas dizem respeito a expectativas sobre o comportamento dos membros do grupo, pois estão relacionadas aos valores da organização e da sociedade, ou seja, o que é aceito ou rejeitado no comportamento coletivo. Trata-se de aspectos visíveis, respeito, tratamento igualitário, etc. De certo modo pressionam os indivíduos para um comportamento de conformidade e podem inibir a criatividade, o senso crítico e a inovação.


- Status


O status é uma manifestação de poder no âmbito de grupos e se refere ao nível ou à posição de um membro do mesmo, geralmente mediante características como a escolaridade, a experiência, a idade, entre outros. Nas organizações é fundamental manter uma coerência entre a distribuição formal da autoridade e o status.


- Coesão


A coesão é definida como o grau de união e compartilhamento de objetivos que existem entre os membros de determinado grupo. Quanto mais coesos os mesmos forem, melhor será o clima interno e os resultados. Outro meio para aumentar a coesão é através do estímulo à competição entre equipes da organização para alcançar objetivos mais ambiciosos.


- Motivação


A motivação é a predisposição para exercer esforços que busquem o alcance de metas organizacionais, condicionada pela capacidade de esses esforços satisfazerem, simultaneamente, alguma necessidade individual. É resultante da interação entre a pessoa e determinada situação.


Diversas teorias foram responsáveis pela introdução de várias concepções acerca da motivação, influenciando a prática administrativa. Hoje, em um mundo organizacional em que a identidade das pessoas é definida pelo trabalho e a satisfação em sua realização é um motivador, cabe ao administrador assegurar as condições para que isso aconteça.


Fonte: SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.




 
 
 

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